ID: MALKAV//(Faceless) g_King;

Uma criança se encontrava deitada a copa de uma árvore. Não se movia. Encarava o céu por entre as folhas de uma grande árvore, observando o efeito que as cores do pôr-do-sol geravam nestas. Movia apenas os olhos acompanhando o movimento acima, parecia confortável o suficiente para não mudar de postura, nem mesmo ao barulho de passos distantes. Verde. E dourado brilhavam em seus olhos. Predominantes. Poderia ter ficado ali pra sempre.

“•••••• •aya, min•• criança. Precis•••s ir em•••”

Eventualmente tinha aquele sonho e mesmo após todos esses anos, não sabia o real motivo de se sentir feliz sobre ele. Feliz. E triste. Sentia que algo lhe tinha sido roubado. Algo verdadeiro; Algo que amava com todas as suas forças. Palavras sufocavam-lhe, presas. Sempre inauditas. Quis estender o braço mesmo sabendo ser inútil. Queria falar, gritar, perguntar-lhe o nome mas, conhecia aquele estado de “prisão do sono”. Só havia uma escolha para ela e não queria seguir por este lado. Queria ficar mais um pouco e na tentação repetitiva de olhar o rosto dono daquela voz feminina, viu o que sempre via: Cabelos longos e quase brancos refletindo a luz do sol. Sinos tocavam, distantes, alegres. Sinos que anunciavam o início de uma missa.

Acordou atordoada, a garganta realmente doía. Lágrimas ameaçavam escapar.

A luz de seus sempre-companheiros – os equipamentos eletrônicos espalhados por todo lugar –, cheios de leds agrediam-lhe os olhos no meio da madrugada. Tateou a mesa ao lado procurando os óculos e quando os encontrou, levou-os imediatamente ao rosto. Ficou um tempo ali, deitava, olhando o teto, recuperando-se e refletindo sobre o que havia acabado de sonhar. Tão logo desviava a atenção para os monitores. Via algumas ruas não tão movimentadas, nada anormal. Olhou o relógio no canto da tela e este marcava exatas 2:59 da manhã. Levantou antes do alarme, desativou-o ao se aproximar, quando este tocou e se dirigiu a fazer suas tarefas diárias, que incluíam o mesmo que qualquer pessoa comum a princípio, com a diferença que seu café da manhã se dava antes de estar realmente pronta. Em meio a sua bagunça organizada, vasculhava o celular em busca de novidades sobre a J.U.N.G.L.E. Tudo parecia inalterado, mas ela sabia que era uma questão de tempo para os “jogadores” moverem suas peças para o tão esperado cheque-mate.

A noite seguiu assim, em uma espera agoniante por resultados.

(...)

As coisas não ocorreram como o esperado, ao menos, não para ela. O velho rei já havia previsto uma traição. Havia compartilhado da ideia consigo, confessado-lhe o crime que viria a ocorrer em um futuro que não julgava ser necessário ver com o próprios olhos. Abriu o aplicativo da J.U.N.G.L.E para descobrir então que o que estava em cheque era seu plano; que havia sido lenta demais. Arregalou os olhos, encarando a cena com incredulidade. Conhecia as habilidades de Jack como ninguém. Trabalhou em estratégias visando abafar seus pontos fracos e assim, trabalhavam como complementares nos últimos meses. Ao contrário, não conhecia as habilidades do Velho-Rei Verde. Sabia que o seu sistema de segurança era ameaçador, até mesmo pela ela, uma rank J, procurar desbravar em segredo, afinal, se não possuía plena confiança em seus aliados não entregaria em uma bandeja os poucos segredos que poderiam lhe salvar a vida. Jane conhecia a missão secreta do rei e já havia deixado clara a sua oposição sobre esta. Mas o que podia fazer? Talvez fosse vista somente como uma garota pequena – esquisita, mas até então não se julgava louca de pedra. Eles eram os loucos – por eles, que não entendia o universo masculino e suas esquisitices. Tomou o celular em mãos, desviando o olhar por poucos instantes, tempo o suficiente para discar um número.

---------- Tsukuyomi. Eu tenho a verdadeira identidade de Tsukuyomi, o qual os crimes você sabe. E, eu tenho as provas que você precisa. ----- A voz saia alterada do outro lado da linha. Saia masculina. Obra de um aplicativo previamente instalado para isto, que visava expor Jane ao mínimo.

---------- Temos interesses iguais, König.

(...)

Quando recebeu a ligação de Jack horas depois, esperava dele a hostilidade a qual dedicada suas vítimas. Havia mexido com seu amigo a quem, ele proclamava ser o único que aceitava aquele lado sombrio. Jane não tinha intenção de revelar a verdade tão cedo, ou tocar no assunto e, em algum lugar de seu âmago, não queria tratar seu aliado como um monstro. Portanto, apresentou-lhe seus “boas vindas” rotineiro, como se não houvesse nada errado.

---------- Moshi-moshi. ---------- Atendeu, como de praxe. Não foi possível esconder a surpresa em sua voz pois, além de uma reação totalmente oposta, ouvia dele algo que não esperava ouvir em anos. Para ele, poderia parecer levemente confusa, como se tivesse acabado de acordar – o que não era realmente incomum dado seu sono totalmente irregular.

---------- ... Um favor? Você... ---------- Pensou em indagar sobre o que ele sabia, naquele momento. E o que se passava com ele. Estava nítido que ele não estava bem. Mas não acreditava que o ocorrido de perder o amigo era a única coisa em sua mente agora. ---------- Não. D-do que precisa? ---------- Aguardou a resposta, curiosa e preocupada.

--------- Só isso? Mandarei as coordenadas pelo aplicativo. Mais alguma coisa? ---------- Não sabia se poderia oferecer um favor neste momento. Na realidade, julgava muito inapropriado. Porém, escutou. E considerou inconcebível naquele momento: Havia, de certa forma, traído os verdes quando “vendeu” Kyouma para os azuis, ainda que suas intenções fossem as melhores. Agora, o atual Rei Verde... Não, o meu único amigo no Japão lhe pedia para vender a Scepter 4, sem saber. Ao mesmo tempo, outra ideia lhe incomodava com maior força:

--------- Você vai atrás do Tsukuyomi. Não vai?

A ideia de libertar Kyouma. Kyouma era um criminoso. Ele havia destruído tantos lares... Mais lares do que ela havia destruído ao entrega-lo a polícia. Portanto sua voz foi fria, firme. Usava agora o mesmo tom que utilizava em missões, era quase como se tivesse invertido de lugar com outra pessoa e poderia ter continuado assim, se não se forçasse a fazer uma brincadeira com um fundo de verdade. Riu sem vontade, enquanto respondia Jack, desviando de vez do assunto sobre a polícia.

---------- Talvez porque você exibiu um belo show para toda a JUNGLE e consequentemente para a Scepter 4? É noticia em todo lugar...

Escutou atentamente enquanto apanhava para si um copo com água. Tomou alguns goles dele, em silêncio. Ela não era como ele. Na realidade, era o completo oposto. Jack era estoico por fora enquanto Jane não fazia uma conexão boa com as próprias emoções a maior parte do tempo mas, existia um limite para isso e este limite estava prestes a ser cruzado. Calou-se com plena consciência disto. Ouvia aquilo que parecia ser uma promessa. Uma promessa que, de uma perspectiva lógica, era impossível. O único indício que ainda estava na linha, sem precisar olhar para o contador de chamada, era o som de aparelhos ligados do outro lado da linha e um soluço. Por que, em primeiro lugar, eles tinham que se meter nos planos dela? A intenção desde o início era evitar perdas. Evitar mais mortes. O Rei Verde poderia ter sido entregue para os azuis.

... Não. Jamais poderia ter sido assim. Kyouma, como o preferido do Rei tomaria a linha de frente e os negócios poderiam se tornar cada vez mais sombrios. Isabeau e Kyouma não se batiam. Nunca se bateram. Para ele, ela era inconveniente. Não a escutaria. E muito provavelmente não escutaria o seu cão de guarda. Não havia lugar na JUNGLE para ela desde então. Este era seu destino quando decidiu não escutar Karis, achando que poderia ser de alguma diferença. E sua única opção – como o único lar que ainda tinha – era engolir seus protestos e obedecer. Do mesmo modo que obedecia seus falsos pais. Ou a hierarquia básica.

Esses pensamentos passavam pela sua mente em frações de segundos, quase como flashs. Estava preparada psicologicamente para ser morta. Não fazia falta em lugar algum. Era somente uma Jane Doe. E por causa de um único desejo egoísta havia perdido as poucas coisas que tinha: Seus esforços contínuos garantiram-lhe um cargo alto na JUNGLE ao preço de sua única amiga de escola; Amava seus pais sem a certeza do sentimento ser recíproco. Em outro tempo poderia aproveitar da companhia deles – que embora repudiasse ao início, encontrou certo aconchego contraditório: Daquele que os filhos rebeldes mantém com pais.

Isabeau apostou tudo em busca da verdade. Fez até o humanamente possível. Vasculhou e descobriu das mais diversas coisas. Uma vez dentro da rede da JUNGLE, com acesso privilegiado, tomou para si informações muito perigosas. Malkav é o Oraculo que tudo vê. Tudo. Tudo menos a verdadeira identidade de uma garota ordinária chamada Isabeau Lacroix. Assim, as palavras de Jack tocavam-lhe o pouco emocional que tinha. E seus pensamentos devoravam-lhe (a possível fachada de) auto controle que “vendia” aos Mekhet em tempos menos nublados.

Achou que iria explodir.

Mas não. Era estável. Houveram momentos muito piores em sua vida. Nunca explodiu. Não explodiria agora. Pensar que poderia explodir não era de nada bom e sobretudo, era fantasioso demais. Jack e Jane eram essencialmente diferentes. Jack era estoico por fora; Jane percebia muito o “mundo exterior” em frente a tela de um computador, mas sentia emoções do mesmo modo que alguém submerso ouvia sons oriundos da superfície. Suspirou, visivelmente chateada.

---------- Eu preferiria que você me desse ordens como o Rei Verde e não me pedisse como um amigo. Você era o único... Que eu tinha aqui... Bom, depois conversamos. E cuidado.

Ainda se importava com ele, sem direito de. Com “único” queria dizer “único amigo”. Ou algo mais próximo disso. A relação deles era esquisitamente informal ao passo de, dentro da JUNGLE, quatro pessoas sabiam a verdadeira identidade e aparência de Malkav. Destas pessoas, uma morreu e a outra desertou. Das que sobraram, somente Jack conhecia o verdadeiro temperamento de Isabeau: O lado morno, receptivo e até mesmo infantil; Para os outros era um enigma: Alguém – ou algo – distante, profissional. E agora, neste momento, queria ser apenas Malkav. Portanto não esperou a frase do agora-então Rei Verde ser terminada. Desligou e pôs-se logo em ação.

(...)

Ouvia a coletiva de impressa através da única televisão ligada no quarto, presa a parede de modo que pudesse assistir deitada da cama. Jane já estava ocupada com outras coisas, ignorando os relatos que pipocavam das mais diversas direções. A bomba já havia explodido, já não havia mais necessidade de minerar a informação, principalmente de fontes não confiáveis. Por isto, esperava um parecer oficial e não ouvia música nos fones de ouvido para se manter atenta no que era transmitido. O barulho da televisão, das ventoinhas e do teclar incessante. O ambiente era quase que totalmente escurecido e Jane usava a maioria dos dispositivos com luminosidade baixa, para não lhe cansarem a visão. Ás vezes cantarolava, distraída. Aquilo era realmente costumeiro. Era difícil ver o que realmente fazia, visto que se dividia entre várias tarefas.

Foi então que seus ouvidos captaram algo útil. Parou. Levantou-se e virou-se em direção a TV, levando um copo de café consigo. Neste momento, sentiu o próprio sangue congelar. Não respirava. Tudo parecia extremamente desconexo, trêmulo, desfocado. Aqueles segundos pareceram-lhe uma eternidade.

Então, fervia, explodia, finalmente respirava com dificuldade. Teve a sensação de ter sido inundada de informações, das mais variáveis, incessantemente. Seus pensamentos expandiam-se, porém, em sua confusão, ela não parecia plenamente capaz de entende-los. Apenas enxergava o verde. Teve a impressão de ver aquele sonho acordada, em flashs, quando reabriu os olhos, estava tudo completamente escuro, com exceção da luz que entreva pela fresta da janela. Ela perseguiu a luz. Cambaleou.

E caiu. O verde parava de brilhar no céu por algum tempo.

Tempo que não tardou. Havia “dormido” por cerca de dois minutos e seu corpo somente não estava mais dolorido devido ao baque, porque havia caído sobre uma pilha de caixas vazias e papel, muito papel ao redor. Tudo havia voltado ao normal e seus eletrodomésticos estavam novamente operando. Alguns pediam para “restaurar” o trabalho perdido devido aquela “queda” de energia. Outros pediam o login e na TV tocava k-pop. Enquanto para outra pessoa tudo permanecia aparentemente o mesmo de antes dela desmaiar; para Isabeau, estava tudo diferente.

Ela caminhou até o espelho e o que viu, foram olhos verdes, cintilando. Viu poder. Sentia-se bem. Sentia-se viva. Compreendia o que ocorrera, mas não os motivos.

Puxou o capuz da roupa da jaqueta que usava para se manter aquecida, para cobrir o próprio rosto. Seguiu até a porta, abriu-a. E o que viu no céu era glorioso: Prata. Dourado. Vermelho. Azul. Cinza. Incolor.

E verde.

---------- ... Por que? Por que agora? Por que eu? Eu não sou o Rei Verde. O Rei é...

Jack. Jack deveria estar em apuros. Apuros piores aos que estava antes. Ela também poderia estar, logo chegariam ao destino dela e não sabia o que viria: Aliado ou inimigo. Não teve dúvidas do que fazer.

---------- Ware wa nanji. Nanji wa ware... ---------- Estendeu a mão e viu uma figura se formar diante de si, de baixo para cima. Era um homem, parecia mais velho mas provavelmente tinha a sua idade. Estava curvado, com um dos joelhos apoiados no chão de modo a não conseguir ver seu rosto. Mas ela sabia que forma ele teria desde o início.

---------- Ware wa nanji no kokoro no umi yori izuru-mono... ---------- A figura sorriu, ergueu-se, puxou o capuz para baixo. Compreenderam-se com um mero olhar. Não, nem mesmo um olhar era necessário. Eles eram um. Ele era tão Malkav quanto ela. Tão rei quanto ela, esta era a intenção desde o inicio.

Não tinha certeza se daria certo embora tivesse certeza exata do que estava fazendo. Boa parte de si acreditava que sim e, a certeza do funcionamento daquela estranha habilidade que tomou conhecimento ao acordar, lhe trazia um alívio. Tatsuya, ou melhor: John não perdeu muito tempo. Era difícil saber no que pensava – se é que pensava em algo –, como se não tivesse controle total dele a toda hora. Ele se movimentava e agia por conta própria, segundo seus próprios preceitos.

E sua vontade agora era proteger o verdadeiro rei. Como qualquer animal protegeria a si próprio, ou suas crias.

---------- Reagrupar.

Explicou em uma linguagem simples o que pretendia antes de se abaixar um pouco. Tomou-a pela cintura e levantou, colocando-a em fração de segundos por cima do ombro. Moveu a chave de energia com o nariz antes de se retirar completamente do local, indo em direção a entrada secreta para um dos “covis” da JUNGLE. Isabeau parecia cansada e simplesmente fechou os olhos por algum tempo, por mais incômodo que aquela posição na qual se encontrava, lhe causasse. Definitivamente, o seu “irmão” não sabia como tratar uma mulher. Mas não era como se ela fosse extremamente exigente com um “recém-nascido”, de todo modo.

Tão logo chegavam ao local.

-Chegamos. *-Finalmente estavam ali, finalmente... Podia sentir como se um peso tivesse saído de seus ombros, até que enfim poderia resolver tudo, conversar com ela e então resgatar Kyouma, só precisava do tempo certo e das condições certas, ao menos, era isso que pensava. Tão focado em rever sua amiga e salvar seu melhor amigo, Jack se esqueceu que a Cathedral ainda estava atrás de si, então logo os minutos de paz e silencio do trio que havia se reunido naquele lugar iria ser totalmente destruído e isso o albino podia sentir muito bem, quase como um persentimento, um sexto sentido aguçado que o fez perceber antes do clímax que seu momento havia chego.*

-Madalena, hoje seu dia foi cheio não é mesmo? Então se puder seguir uma ultima vez que seja o meu comando, apenas descanse, ok?... Muito obrigado, por tudo. *-Agradecer nunca foi o forte daquele garoto que olhou para sua guardiã sobre o ombro e sorriu para ela, algo sincero e carregado das ultimas esperanças que ele tinha no momento em que só se podia ouvir o som do que parecia ser uma tropa marchando, ela que seguia dando a volta na fabrica até chegarem bem frente a entrada, lugar por onde o trio havia acabado de passar. A luz iluminava o recinto e ao se virarem, Madalena e Milo podiam ver que toda ou ao menos boa parte da Cathedral estava reunida naquele lugar e com passos curtos e sonoros, o atual lider, Cornelius Wolfgang, seguia entrando expondo sua face.*

-Eu pedi para você se entregar pacificamente meu filho, mas você se recusou a me ouvir para ir atrás de uma garota que não se importa com suas emoções, e ainda assim, mesmo nisso você falhou, você me entristece Jack... Madalena, Milo, afastam-se, sigam junto aos demais, Daniel, comece os ditos. *-O Rei Cinza ergueu sua destra em comando a dupla e aos demais que deram um passo para trás. Todos vestiam tunicas negras com capuzes que os cobriam totalmente, fazia parecer um grupo de uma seita macabra.*

-Não... *-O dito do mais novo fez o mais velho fechar os olhos, era visível a tristeza de Cornelius que suspirou, voltou a abrir seus olhos e estendeu a mão para o lado para o lado oferecendo sua bíblia a Daniel que fechava o pergaminho, o anexava a cintura e depois abria do livro de capa negra.*

-Execução, eu mesmo serei o carrasco. *-Daniel então estreitou o olhar, era como se não esperasse aquela resposta, seus planos haviam sido frustrados novamente, Cornelius e Madalena pareciam sempre estar um passo a frente dele, mas não podia demonstrar isso, permanecendo então sério aceitando aquela sentença que soube que foi a correta, afinal, se o Rei escolhesse lutar contra aquele assassino, seria obvio que ele não estava apto a seguir como Rei por dar chance a alguém ão nefasto quanto Jack.*

-Madalena, me traga a minha foice, por gentileza. *-O olhar entristecido de Cornelius seguiu para sua aprendiz e estendeu a mão para ela quase como numa suplica, ele não queria fazer aquilo e provavelmente ela também não, mas não havia nada que poderiam fazer naquele momento. Alguns membros da Cathedral seguiam com uma mala de couro com o desenho da cruz cinzenta em seu centro, eles que a abriram para expor a foice do Rei e se ajoelhavam proximos de Madalena para que ela pegasse a arma e a entregasse para Cornelius.*

     Era imprevisível saber o que Jack queria ali mas tinha certeza que algo muito bom aconteceria ali, essa vontade era maior do que ela, Deus estava agindo certo por linhas tortas então só precisava assentir com o que viria. Enquanto Jack parado começou a enfaixar a mão de Milo depois de passar o necessário para ajudar na cicatrização; ouvia o que Jack tinha a dizer e em silencio prestava atenção no que precisava dizer, e no término não teve muito o que fazer se não terminar o curativo na mão de Milo que parecia estar ali de penetra.

     Lentamente ouvia o marchar da tropa, nada mais ali estava seguro, colocou Milo atrás de si pois ele era o único ali que parecia não poder se defender sozinho, por isso estava preparada pra enfrentar quem é que fosse, porém sua reação fora totalmente diferente quando ouviu a voz de Cornellius o que fazia a negra mudar totalmente sua postura, ela ficava inexpressiva igual uma porta, com o comando dele ela fora em direção a ele deixando Jack de lado, era necessário isso, todos precisam entender o que acontecia ali pelo menos deveriam acreditar que tudo não passava de algo feito pelo Rei e precisava agir como se ninguém soubesse além deles dois. - Sim Senhor. - Respondia quando ele pediu para pegar a foice se preparou para pegar, os outros traziam, abria a maleta e fazia o simbolo da cruz com a mão e beijava os dedos, seguindo isso pegou a arma e entregou ao Rei fazendo outra vez aquele simbolo, e olhou para Jack desejando-o sorte internamente.