[K] Rise of K i n g s .
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Inalcançável — Prelúdio Azul.

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Mensagem por König Sex Mar 23, 2018 11:42 am





A mão pequena e pálida remexia as peças de um dos vários quebra-cabeças da sala. Afastado de todas as outras, que reuniam-se em grupo para facilitar a conclusão do pequeno desafio, ele permaneceu só — sua companhia eram os fones de ouvido. Aquilo, para o pequeno Kaiser, era mais do que o suficiente pra não sentir-se só… Uma doce melodia.
Os dedos cuidadosamente encaixavam uma peça de cada vez, precisando de poucos segundos para avaliar seu lugar. E de pouco em pouco, a imagem se montava; Não. De pouco em pouco, um quadro branco surgiu… Não havia imagem alguma ali. Naquela memória cinza e sem cor, a imagem que formava-se após o seu esforço era um nada também.
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As paredes eram brancas. Os quadros eram brancos. O chão em que seus pisavam, também eram brancos… O tecido que cobria seu corpo pequeno e frágil misturava-se igualmente em todo aquele branco. Nada tinha vida naquele lugar — nem mesmo os olhos daquela criança. O prêmio por conseguir resolver aquele quebra cabeça? Simples. Ver cores.
Após ser parabenizado por concluir o que lhe foi mandado com excelência, o garoto era liberado para sair daquele quarto e caminhar até o jardim. Aquele era o único lugar que tinha vida no orfanato, no entanto, havia uma em especial que enchia seus olhos de verdade, e fazia-o ignorar todo resto. Ignorava o verde das folhas que farfalhavam ao pisar de seus pés, e pouco se importava também com o vermelho das rosas. Sentava-se, olhando para o alto; Ignorava a vida na terra para observar o profundo azul celeste. Aquele infinito azul era a única cor que lhe dava vida.

Ele vivia para o azul.


E assim foram os seus dias por muito tempo. Naquele orfanato renomado, e cheio de recursos, o menino dispensava qualquer um que lhe era oferecido, tão somente por satisfazer-se com melodias e azul… Curioso, mas, era respeitado. Afinal, ele era o melhor — em tudo. Em todos os exercícios, mentais e físicos, o pequeno alemão destacava-se sempre; Sua letra era A. Seu número, o um.

Certo dia, aquela rotina pacata mudaria por completo, e a mente inocente do menino jamais pensaria algo assim, mesmo em seu dia mais criativo. A sala fora invadida por soldados “vestidos do céu”; Ele não se assustou. Na verdade, se encantou com todo aquele azul… Jamais tinha visto nada antes. Não sabia que pessoas podiam vestir algo tão cheio de vida, feito o céu.
Tanto azul… — Comentou o garoto, que foi notado por um homem que somente por sua áurea, diferia-se de qualquer outro. Era o mais cheio de vida de todos… E ainda assim, abriu um sorriso, abaixando-se na frente dele.

Nunca viu tanto azul? Ora, garoto… Olhando para o céu, você vê o azul. Mas, pra quem pisa na lua, a terra é inteiramente azul também. O azul é uma cor mesmo, ou questão de distância? — Questionou para o garoto, que logo entendeu o que ele quis dizer e completou sem pestanejar. — O inalcançável é sempre azul.

O mais velho, então, arqueou as sobrancelhas grisalhas, surpreso com a resposta sucinta do jovem. Logo após, a expressão surpresa deu lugar a um sorriso satisfeito e orgulhoso, pondo-se de pé e estendendo a única mão para o mais novo; Ele não tinha um de seus braços. — Me chamo Goki Zenjo, e acho que é você quem estávamos procurando... Venha comigo. Eu posso te mostrar um mundo cheio de vida lá fora. — E, naquele momento, Kaiser não precisou nem pensar. De alguma forma, as palavras daquele homem envolviam-o de uma forma nunca feita antes… Deu a mão para ele e, ali, seu destino foi traçado para sempre. A SCEPTER 4 seria sua casa.
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Mensagem por König Dom Abr 08, 2018 1:36 am

O silêncio naquela boate, onde ruídos altos eram constantes e comuns nessa hora da noite, se instaura de uma forma assustadora. Os incontáveis jogos de luzes verdes continuavam, no entanto, colorindo a pista de dança e toda a extensão daquele recinto luxuoso, mesmo sem ao som de uma música qualquer para completar o ambiente. E mesmo assim, para qualquer um que passasse os olhos ali, veria que o lugar há pouco fora virado de ponta a cabeça; As poltronas de camurça deitadas ao solo, mesas jogadas em cantos aleatórios… Os cacos de vidro de taças e garrafas espalharam-se ao solo, deixando que o cheiro de álcool tomasse, de forma enjoativa, conta do ambiente. Até mesmo as salas VIP’s, reservadas apenas para aqueles que foram convidados com passes especiais, totalmente reviradas…
O lugar passou por uma varredura minuciosa. Todo o perímetro, isolado: Ninguém entrava e nem saía. Não sem a autorização daqueles Jaquetas Azuis — a SCEPTER 4, claramente, era responsável por tudo aquilo. Se aquele lugar, envolto por fitas zebradas, fora revirado pela maior Força Policial do Japão, algo de extremamente sério estava ocorrendo por aquele recinto, e logo mostrariam-se para o mundo inteiro.
Bem na frente da boate, um comboio estacionava próximos aos incontáveis veículos; A Polícia e a SCEPTER 4 ainda estavam no local, protegendo-o de pessoas “pouco bem vindas” no momento como invasores e jornalistas. Do carro posicionado no meio daquela frota de metal, dois membros abriram a imensa porta para o notório homem pisar do lado de fora — era o Capitão da SCEPTER 4, Kaiser Konig, em pessoa. Sua vestimenta com ornamentações únicas, divergentes das comuns entre os membros do clã azul, denunciava o posto; Por sí só, no entanto, seu rosto de expressão nula e rígida seria reconhecível. Com uma das mãos repousando delicadamente sob o cabo de seu sabre, levou o dedo indicador até os óculos, ajeitando em sua face antes de ser abordado por um dos membros de seu clã.
Senhor. Prendemos a grande maioria dos traficantes que estavam no local. Isso inclui Kawakami Kyouma, Capitão. — Sussurrou após uma breve continência, informando-o da situação atual. Diversos carros blindados, com um tipo de “prisão” dentro dos mesmos, estavam posicionados por ali. — Fizemos questão de não revelar onde ele está preso... Como ordenou.
Perfeito. Continuem o bom trabalho, e mantenham os olhos curiosos longe. Eu não quero nenhum indesejável penetrando as defesas. — Ordenou, pra ser recebido por um “Sim, Capitão”. A Divisão de Inteligência, que estava dentro de um furgão, manteria o controle da situação. Enquanto isso, os soldados que acompanhavam Kaiser abriram as portas do recinto, permitindo que o seu Capitão adentrasse.
Os olhos ciano passavam por todo o ambiente iluminado pelas luzes do globo que sustentava ao centro da pista de dança; Um misto de cores esverdeadas permitia-o que visse o que tinha por ali. Caminhou lenta e cuidadosamente, pisando por cima de alguns cacos de vidro que estilhaçavam; Aquele luxo todo...
Avistando algo interessante, aproximou-se do bar. Com um movimento de mãos, ordenou que um de seus homens levantasse uma das poltronas de camurça do local — e o fez de imediato. Enquanto isso, levou a sua mão até uma pequena foto, esquecida em cima da bancada... Era o próprio suspeito, junto de sua família.
Sentou-se na poltrona, ainda observando a foto, enquanto cruzou as pernas. — Deve ter sido fácil manter o luxo com toda essa merda, né, Kyouma? Esse império sujo... — Levou a ponta da foto até seus lábios finos, olhando para o nada enquanto pensativo. Já tinha todo o plano orquestrado em sua cabeça... Uma estratégia meticulosa pra destruir aquele império. Menos um adversário da ordem, agora, cairia sob seus pés, e tiraria o máximo proveito para levar outros inimigos juntos. Voltou-se para um de seus soldados; — A Divisão de Inteligência já tem todo o plano em mãos. Ordene-os a sua imediata execução. Marque, também, uma conferência de imprensa para daqui há umas horas... Não abrirei a boca até lá pra dizer nada. No mais, mantenham a área isolada e fortemente protegida. — Kaiser sabia, no fundo, que aquilo não tinha terminado. Na verdade, era só o começo de algo muito maior... E estava pronto pra isso.
~ ~


O sol já havia timidamente surgido no horizonte. No dia seguinte, o céu pintava-se do mais puro azul, com poucas nuvens dançando naquela imensidão. E mesmo diante toda aquela calmaria celestial, o Quartel General da SCEPTER 4 não interrompia seu trabalho por um mísero segundo. Desde a noite anterior, as coisas estavam... Quentes. Pouco tempo se passou após a coletiva de imprensa de seu Capitão, e ele lembrava-se perfeitamente; Lembrava de cada palavra que proferiu, em frente a todos aqueles microfones e câmeras, com jornalistas ansiando por alguma informação. Cada palavra meticulosamente costurada...
Spoiler:

Depois de discursar firmemente diante de todo Japão, agora, encontrava-se em seu próprio escritório com um de seus subordinados. Olhava, momentaneamente, para o lado de fora por meio da grande janela que oferecia uma vista privilegiada, enquanto pensativo sobre os últimos detalhes da operação. Tinha uma carta importantíssima em suas mãos, e se não usasse da melhor forma possível, tudo aquilo serviria para nada; A vitória escorregaria de suas mãos por entre seus dedos, e o submundo escuro ganharia. Não podia permitiria isso.
E então, vossa majestade... Pretende manter Kyouma preso, caso sejam confirmadas as provas contra ele? Ele é… Influente. — Questionou, por detrás da grande mesa de madeira rústica. O Rei, ao ouvir a pergunta, virou-se para ele; As mãos empurraram para trás o luxuoso trono avermelhado, que junto dos adornos e enfeites variados, trazia o requinte que um verdadeiro rei necessitava para o ambiente. Sentou-se então no mesmo, dirigindo o seu olhar imponente em direção ao subordinado.
Humanos são presos. Animais, por sua vez, são executados. — Foi direto em sua resposta, o suficiente para assustar o subordinado, que logo retornou a sí. Sabia que a única coisa que tinha prolongado a vida do magnata criminoso fora, justamente, a lei. Mas, nesse passo, não demoraria muito para a lâmina de seu capitão terminar com aquilo de uma vez por todas. Dito isso, Kaiser continuou. — Agora, leve os documentos necessários ao Primeiro Ministro para ativar o código “Royal Blue”, e mantenha toda a guarda ativa. — Ordenou, por fim, a ativação do poderoso Sistema Yuishiki para acessar áudios, vídeos e fotos de tudo dentro do território Japonês. Como dito antes, perder estava fora de cogitação, e não pouparia recursos para conseguir. — Está dispensado, soldado. Eu cuidarei do interrogatório.
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