Visão Geral

O distrito dedicado aos negócios. Em seu epicentro é possível encontrar a maior estação de metrô – a mais movimentada do país – e diversos pontos de ônibus, que por sua vez são rodeados por lojas, restaurantes e diversos prédios comerciais. Também é possível encontrar o Red Light District, muito movimentado durante a noite.

O que não falta é um lugar para gastar seu dinheiro e se divertir. Supermercados sempre cheios e com poucas coisas em falta, lojas com as novidades mais recentes, além de bares e restaurantes famosos por seu atendimento e diversidade enorme de coisas que servem. Os hotéis e pousadas nem se falam: sempre limpos e agradáveis para novos visitantes. As crianças por aí correm em parques e se aproveitam de tudo que tem direito, sem preocupações. Dessa forma, Tenpoku é simplesmente um lugar movimentado e alegre onde sempre se tem algo pra fazer, com um movimento balanceado: uma hora tendo certas pessoas disponíveis, e na seguinte, outras.


Pouco arborizado, focado em demonstrar a tecnologia local, com diversos televisores e painéis pendurados pelos prédios e até mesmo nos pontos de ônibus. Transmitem muita propaganda local, além de notícias de última hora durante coberturas ao vivo.

Caminhava em seu famoso passo de tartaruga, aproveitando para encarar a cidade - que, convenhamos, ela já havia visto muitas e muitas vezes - e observar todos que também passeiam pelas ruas durante aquele horário. Andava praticamente grudada em Aaron, coisa que faziam desde pequenos, tornando-se um habito inconsciente dos dois. Cantarolava alguma abertura de programa infantil enquanto isso. 

Ao longe, notava duas figuras no topo de um pequeno prédio, e, antes mesmo de poder comentar algo com Aaron, uma das figuras se jogava enquanto a outra saia correndo. Nozomi teve a sensação de que quase teve um infarto, apenas não o teve pois sua preocupação estava mais forte que o choque. Imediatamente saiu correndo, adentrando o beco ao lado do edifício e deparando-se com o corpo. Encostou-se na parede, como apoio, e cobriu a boca com a mão que estava livre. 

Apenas não gritou porque não tinha forças.

Aaron pôde perceber perfeitamente a situação. Apesar de todo o nervosismo e a adrenalina, foi capaz de se manter o mais calmo possível. Apenas pioraria o estado de Nozomi se demonstrasse insegurança.
 Alcançou a mulher que havia seguido em disparada logo a frente. Estava paralisada, com uma expressão de choque e sem reação. Colocou a mão no ombro dela.
 - Feche os olhos e vire de costas, eu resolvo isso enquanto você tenta se recompor.
 Respirando fundo, puxou o celular e chamou a ambulância. Apesar da postura calma e o tom de voz indiferente, os dedos de Aaron não deixavam de tremer enquanto discava. Deu o endereço e aguardou no local.

Fez o que lhe fora dito mais do que de imediato, virando de costas e encarando a rua, tentando não chamar mais atenção para a cena do que o necessário. 

Soluçou, de nervosismo, enquanto esfregava os olhos para não chorar. Entretanto, o soluço não durou muito, pois a mesma levou um susto ao ouvir o berro vindo do fundo do beco, voltando a encarar a cena como reflexo. Aproximou-se de Aaron e segurou sua camisa, puxando-o mais para perto com medo que algo acontecesse com ele e até mesmo com ela. 

Incrédula, permaneceu ali boquiaberta, completamente congelada, enquanto corria os olhos pelo corpo inteiro do rapaz. 
Nessas horas gostaria de ter assistido a televisão após seu despertar, pois as únicas coisas que sabe sobre os poderes que antigamente corriam por Tokyo são extremamente generalizadas e pouco informativas. 

— Você hã... — piscava, de maneira rápida, pensando o que seria melhor fazer nessa situação — Tem certeza de que não quer... é... ajuda? 

Aaron suspirou. Já não bastava ter que fazer a Nozomi ver aquela cena, ainda os ameaçou? Aí já era abuso. Respirou fundo e piscou lentamente:
 - Lamento, companheiro, mas omissão de socorro é crime. Não quero responder criminalmente por largar um cara que não conseguiu se matar no meio da rua, mesmo que fosse a vontade dele. Apenas fique quieto e espere a ambulância obedientemente, okay?

Suspirou, questionando se era seu destino estar cercado de pessoas estranhas. 
 Apesar da dor, ele parecia até mesmo despreocupado com o que havia acabado de comer, e ainda por cima, com fome. 
 Respirou fundo, contando mentalmente até dez. Não havia feito 5 anos de yoga atoa. Com um sorriso levemente forçado, respondeu:
 - Eu não conheço restaurantes, lamento. - De certa forma, era verdade. Aaron sabia cozinhar, tinha tempo livre e gostava de passar seu tempo no fogão, por isso não via necessidade de comer em restaurantes. Os únicos locais que frequentava eram cafés ou padarias, apenas para passar um pouco do tempo com Nozomi.
 Mais uma vez, olhando fixamente para o mendigo logo à sua frente, indagou:
 - Tem certeza de que não precisa ir para o hospital? Você parece estar com dor. - "Talvez um hospício cairia melhor, o que acha?", pensou em dizer, mas preferiu não fazê-lo. - Quem sabe você até consiga uma sopa de graça lá. 
 Tentava seu melhor para não parecer desagradável, apesar de que, por dentro, estava proferindo xingamentos como se fossem mantras.

Nozomi encarava os dois, enquanto movia-se mais para perto. Encarava o rapaz, preocupada, pois o mesmo aparentava estar com dor. Suspirou, puxando a bainha da blusa de Aaron novamente e grudando nele. 

— Que tal a gente esquecer o hospital, já que você realmente aparenta não querer ir? — perguntou, com uma expressão séria. Agora começava a ficar um pouco nervosa, afinal a ideia que teve provavelmente não iria agradar Aaron. — Ao invés de te levarmos para lá, o que acha de nos acompanhar até uma cafeteria? Estávamos indo para lá, um a mais não faria mal. 

Talvez os bons samaritanos realmente fossem bons samaritanos no fim das contas, uma vez que ele esperava que ao menos o despachariam quando a situação envolvesse mais do que um telefonema. Agora teria que aceitar a tal proposta, ainda que contra a sua vontade, e evidentemente contra a vontade do nervosinho, o mesmo parecia tenso e histérico, mas talvez seus exercícios de respiração o reservassem de dar seu chilique. Mas alguma coisa naquela garota era...

— É claro que se eu conseguir a sopa vou dividir contigo, da pra ver que você precisa de ajuda — respondeu enquanto soltava o cabelo preso atrás — Hm? — ele encarou a jovem em resposta.

— Acho que sim, isso se realmente não for incomodar. Vocês não precisam fazer esforço em ajudar um estranho, mas fico muito grato e feliz pelo que ambos estão fazendo por mim de bom coração, e por compreenderem minha situação tããão delicada — ele dizia com certa ironia e um sorriso artificioso no rosto, direcionando a parte final para o esquisitão.

...Aquela garota realmente era muito parecida com Hinami.

"Puta merda, Nozomi. Puta merda", era tudo o que conseguia resmungar mentalmente. "Um esquisitão tenta se matar, te ameaça e se recusa a ir para o hospital, e o que você faz? Exatamente, o convida para tomar um café amigável. Seriamente, qual o seu problema? Ou melhor, qual o problema de vocês dois?!"
 Por mais que tivesse tentando contornar a situação e ir embora dali, Nozomi estendeu o convite. Apesar do homem disfarçar a insatisfação e a raiva com um sorriso, Nozomi parecia estar ciente de que mais tarde ela teria que lidar com as reclamações de Aaron.
 Suspirou, dando de ombros.
 - Tudo bem, que seja. Já estou pagando o dela, então não me importo de pagar mais um.

Conseguia sentir a raiva emanando de Aaron no exato segundo que ofereceu ajuda. Já começava a inventar motivos e desculpas como resposta para os xingamentos que viriam depois.

Mas, por hora, tentou focar-se no momento atual. Sorriu, de maneira nervosa e calorosa ao mesmo tempo, em seguida levando a mão até a nuca e a coçando, sem graça.

-- Não vai incomodar, não. Aliás... ainda não nos apresentamos! -- afastou-se do moreno e reverenciou o rapaz ligeiramente. -- Hisakawa Nozomi. E esse aqui é o Aaron.

Apontou para ele, um pouco animada demais. Acabou o encarando por alguns segundos e um arrepio percorreu todo seu corpo, lembrando que ele provavelmente estaria extremamente irritado.

-- ... Então, você precisa de mais tempo pra... fazer o que você faz para... não morrer, ou já podemos ir?

Perguntou, agora sem descolar seu olhar do dele.

Enviado pelo Topic'it

Se ele não queria ir para o hospital, então Aaron também não faria questão de insistir. 
 Prestes a começar a caminhar em direção à cafeteria, seu celular vibrou com uma mensagem nova. Michi parecia ocupado, por isso sugeriu que eles fossem até ele. 
 Aaron simplesmente respondeu com "Ocorreu um imprevisto. Enviaremos uma mensagem quando estivermos a caminho. Obrigado".
 - Bem, então vamos.

Ela sorriu, nervosa após a menção da Dresden Slate, o que a lembrou dos acontecimentos das semanas anteriores. Suspirou, logo virando-se para a rua e saindo do beco. Logo, seguia caminho até a cafeteria, caminhando enquanto intercalava alguns pulinhos ou outros entre seus passos.